2 commenti

  1. NERI SCHNEIDER 5 September, 2008 @ 03:09

    ESSA NOTÍCIA É MUITO IMPORTANTE PARA SITUAÇÃO INDIGENA DO BRASIL,SÓ GOSTARIA DE FAZER UMA CORREÇÃO,OU NÃO ENTENDI DIREITO A NOTÍCIA.POIS SEI QUE O FILME FOI FILMADO EM MATO GROSSO DO SUL.PORTANTO NO NOTICIÁRIO ESTA MATO GROSSO.E COMO JÁ TEMOS VÁRIOS EXEMPLOS DE TROCA DE IDENTIDADE PRINCIPALMENTE PELOS PAÍSES EUROPEUS,ESTAMOS CADA VEZ MAIS NA LUTA PELA NOSSA PRÓPRIA IDENTIDADE,SOMOS SUL MATOGROSSENSE COM MUITO URGULHO…

  2. Juliana 5 September, 2008 @ 06:09

    Que bom que temos um filme que pode mostrar todo o abondono das autoridades competentes para com as comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul. As comunidades que mais sofrem com o abandono são os Guarani Kaiowá, Guarani ñandeva e Terena. Assim, é no respeito pelo direito territórial dessas comunidades que podemos contruir um mundo mais justo.
    Gostaria de saber onde posso adquirir o filme?

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230 índios do Mato Grosso invadiram ontem Veneza

Diario de Noticias - 2 setembro

prensa em português

Manuela Paixão

Veneza. Ao sexto dia do festival, começam já a desenhar-se preferências e apostas para a vitória final. Ontem, surgiu mais um candidato. ‘BirdWatchers’, do realizador ítalo-chileno Marco Bechis, denuncia a semiescravatura dos índios na floresta brasileira. Basead0 em factos reais e com personagens reais

Cineasta usou os índios como protagonistas

Os índios do Mato Grosso invadiram ontem Veneza. Eram 230 e ocuparam o ecrã da competição pelo ouro dirigidos pelo realizador Marco Bechise. BirdWatchers , o novo filme do cineasta ítalo-chileno Marco Bechis, crescido entre Bueno Aires e São Paulo, denuncia o drama vivido na floresta brasileira, onde nos últimos vinte anos o abate de árvores feito para abrir espaço ao cultivo de transgénicas lançou muitos dos índios para uma vida de semiescravatura e criou graves desajustes no quadro social e familiar do seu povo, como o demonstra o aumento significativo dos suicídios entre os mais jovens.

Baseado na história verídica de um grupo de índios Guarani-Kaiowa desalojados das suas terras, sem acesso aos tradicionais espaços de pesca e caça, obrigados a acampar no limite das terras que foram suas durante séculos e hoje ocupadas e legalmente por fazendeiros, o filme de Bechis traça um quadro de vida de gente obrigada a viver em condições desumanas nas plantações da cana-de-açúcar.

O filme invoca desde logo essas estatísticas negras oficiais, que denunciam o aumento de suicídios entre jovens - 517 nos últimos 20 anos. Um indicador de um quadro social de angústia que provoca a revolta do grupo que, guiado pelo líder feiticeiro da tribo, se instala nos confins de uma propriedade para reclamar a restituição das suas terras na floresta brasileira - o único país sul-americano que não reconhece os direitos dos índios à propriedade das terras. O suicídio de um jovem de 19 anos, que deixa a companheira grávida, desprovida de meios para se sustentar, é o gatilho de uma insurreição violentíssima.

“Para os 230 personagens, todos interpretados por índios autênticos, fo- ram necessários muitos meses de selecção”, explicou Marco Bechis na conferência de apresentação. “Há anos que seguia a campanha de defesa das po- pulações indígenas, documentei-me sobre as tribos sobreviventes e parti à aventura”, recorda o realizador. “Na bolsa levava uma máquina fotográfica, um bloco, um gravador áudio, e parti para a cidade de Dourados, capital da produ- ção de soja transgénica.” O resultado é um filme que serve de manifesto político pela causa dos mesmos homens e mulheres que são protagonistas nesta ficção de base real. “Estou emociona- da por estar aqui, mas o mais importante será perceber o impacto deste filme no Brasil,”, declarou Alicelia Ba- tista, indígena e actriz escolhida por Bechis. “Esta é a história da nossa luta pela sobrevivência”.

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ufficio stampa_3 September, 2008

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